Crítica: O Auto da Compadecida 2
“O Auto da Compadecida 2” é um filme nacional que chega muito depois do primeiro filme, entrega algo quase idêntico e ainda funciona!
Há mais de 20 anos atrás tivemos a série que, pelo sucesso, foi editada para também ser um filme. Com a trama passada no sertão do Nordestes, Chicó e João Grilo são dois malandros que, com seu “jeitinho brasileiro”, tentam sobreviver em meio a sua dura realidade. Mas, para além do filme, os personagens e sua trama se tornaram um dos maiores símbolos do cinema nacional e agora tem seu retorno. Mais uma vez, em meio a sua realidade, os dois seguem em uma aventura onde, com seu jeitinho, tentam sobreviver e tirar o melhor que a vida pode proporcionar.
Dito isso, o filme é uma repetição dos aspectos do primeiro. A dificuldade na vida dos personagens, a tentativa de levar vantagem até que, eventualmente, a artimanha da errado e, claro, um julgamento espiritual. E, se normalmente isso atrapalharia muito, é incrível ver como a estrutura ainda funciona.
O humor funciona, a história funciona e os personagens funcionam. Mesmo considerando a caricatura teatral, que é parte da identidade visual, o texto consegue colocar em tela aspectos tão naturais que assusta essa caricatura dos anos 90 em 2024. E, se no primeiro o esforço pelo teatro presente tem seu charme, aqui ele fica ainda mais evidenciado pela utilização da tecnologia para apoiar a produção dos figurinos, cenários e a atuação dos artistas. Esse que, infelizmente, pedem muito quando na “dublagem”, parecem não captar a mesma emoção do momento da atuação.
“O Auto da Compadecida 2” deixa um mistério sobre como aconteceu, mas só sei que aconteceu e foi assim.