Crítica: Tá Escrito
“Tá Escrito” é um filme nacional genérico que, por abordar horóscopo, até tenho dúvidas se isso é positivo ou negativo.
Alice perdeu o pai e sua maior conexão com ele era a astronomia. Procurando por emprego, sua amiga a leva para uma produtora recém aberta que busca por uma astróloga para um episódio de podcast. Contudo, Alice não entende tanto de signos, mas para aproveitar a oportunidade ela se arrisca nesse mundo. Em meio a uma prima invejosa e um relacionamento desfeito, ela ganha um livro misterioso que torna realidade todas as suas previsões. Se com grandes poderes vem grandes responsabilidades, agora Alice lida com o poder de definir o destino de todos.
A proposta é bem interessante e é o maior chamativo para o filme. Contudo, esse filme podia ser uma série. Todas as consequências de se ter um livro onde, com base no signo, dá para definir acontecimentos, pode ser muito melhor explorado do que da forma feita no filme. Mas não se engane, mesmo em um filme, dava para ser melhor. Os debates aqui ficam todos bem rasos.
O maior elogio para o filme é a forma como os personagens são retratados. Por mais que sejam muitos estereótipos, o tempo de tela os deixa realmente utilizáveis. Não me lembro de nenhum que seja completamente descartável. Sua aparição pode ser pequena, mas é pontual e acrescenta. A comédia comunica bem com seu público alvo e isso afasta outros. É tão focado em si que não abraça os de fora.
“Tá Escrito” devia ter previsto e tido um cuidado melhor no roteiro. Ou, quem sabe, escrito no livro uma previsão melhor para dar sorte a produção. Contudo, termina deixando um gancho que, quem sabe, seja bem aproveitado.