Crítica: O Clube da Meia Noite
“O Clube da Meia Noite” é uma série da Netflix que aborda a morte de diferentes perspectivas, através de jovens terminais.
Uma casa antiga, cheia de histórias e donos que já passaram, hoje é administrada por uma médica que a tornou um lar para jovens terminais. Tais jovens, aos poucos, fundaram um grupo secreto que se reunia na biblioteca sempre a meia noite. Nesses encontros, histórias são contadas e fantasmas criados, contos esses que refletiam em parte os desejos e a forma com que tais jovens se veem. Mas na linha do real e do sobrenatural, o que é verdade e o que não seria?
Tratar a espera pela morte é um tema interessante. Principalmente ao abordar tantos personagens, com diferentes posturas, crenças e experiências. A busca pela cura, a crença na fé ou a busca pelo entendimento do que acontece depois. Contudo, considero uma oportunidade imensamente perdida. Aqui, o roteiro não soube equilibrar a trama “real” dos contos, e assim, tudo se torna confuso e desinteressante. Somando também nessa questão o total de zero interesse que temos nos personagens, pois não nos apegamos.
E piora, pois Ilonka, a personagem principal, é chata e incrivelmente burra para alguém que tenta se mostrar esperta. A dualidade da realidade com o sobrenatural fica em segundo plano pelo fato de que, em sua busca, sempre está claro que ela está tomando um caminho errado. Anya, a melhor dos personagens, acaba por ser desperdiçada pelo roteiro, que faz de seu momento bem menos impactante quanto deveria se, talvez, deixassem ela com mais foco.
“O Clube da Meia Noite” é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores decepções do ano de 2022.