Crítica: Sem Filtro
“Sem Filtro” é uma comédia nacional da Netflix que explora, com bom humor, uma empreitada de alguém que sonha em ser blogueira.
Marcely está cursando contabilidade, mas logo no início vemos que esse não é seu sonho. Após ver os stories de uma vizinha, Sandy, ela decide de vez seguir sua carreira nas redes sociais. Apesar de encorajada pelos amigos, são todos pé no chão e alertam Cely sobre os riscos e as ilusões dessa vida. Ignorando-os, ela fecha a faculdade, mente para a família e arrisca tudo nessa tentativa.
A série é, de fato, bem pensada quando conversa com um público que está atento a forma como esse mercado costuma funcionar. Cely fica ótima ao concentrar a maior parte das situações em que influencers se metem. Mas se tem algo que torna a série mais completa, e não algo nichado e, até sem graça, é o elenco de apoio. Com eles vemos situações além do que pode vir da Internet, mas também as consequências que as pessoas de fora podem sofrer.
Por ser uma série nacional, nada mais justo que muitas das situações reflitam a maneira de viver do brasileiro. Isso é um plus, pois aproxima o público. Contudo, imagino que para um produto no streaming, que muitas vezes tem números como foco, a falta desse contexto pode torná-la menos interessante para quem não conhece essa realidade. Mimos, life style, permuta ou publis, tem de tudo um pouco.
“Sem Filtro” é leve, bem humorada e uma série perfeita para se assistir enquanto está fazendo outras coisas. O que para a maioria seria uma característica ruim, aqui é aproveitado para que o loop seja uma possibilidade, mais tarde.