Crítica: Ataque dos Cães
“Ataque dos Cães” é uma renomada produção da Netflix que conquistou o Oscar de Melhor Direção no ano de 2022. Além disso, há quem diga que o filme merecia mais algumas estatuetas naquela fatídica noite.
Aqui temos, talvez, um dos melhores, se não o melhor, trabalho da carreira do Benedict Cumberbatch, com uma interpretação brilhante de Phil Burbank, um fazendeiro inconveniente e arrogante. Ele e seu irmão são donos de uma importante fazenda e levam uma vida tranquila, até que seu irmão se casa com uma viúva e a leva para a moradia. A partir daí temos uma relação conflituosa entre Phil, a cunhada e seu filho. Suas atitudes arrogantes, inconvenientes e até homofóbicas contra os dois trazem ao espectador a sensação de desconforto constante.
A direção trabalha de maneira sútil a linha temporal do filme, de tal maneira que entre os takes, ocorrem consideráveis time skips, e portanto, é necessária a atenção do espectador para que ocorra uma interpretação do que houve. Nesse contexto, a relação entre o fazendeiro e o garoto melhora, enquanto a mãe se afunda no alcoolismo, movida pela mudança de ares. Assim, a interpretação dos sentimentos dos personagens é subjetiva e um tanto simbólica, atiçando a curiosidade a respeito da “masculinidade” do personagem de Benedict.
“Ataque dos Cães” apresenta um final marcante, mostrando apenas o suficiente para que quem assiste tire suas próprias conclusões. O filme veio no tempo certo para provar que as plataformas de streaming também são capazes de produzirem bons trabalhos.