Crítica: Bebê Rena
“Bebê Rena” surge tímida no catálogo da Netflix, mas sem esforço algum da plataforma ela ganhou os holofotes e está na boca de todos.
Donny mora em Londres na casa da mãe da ex namorada e tem um emprego como barman enquanto sua carreira como humorista não sai como ele sonha. Um dia entra Martha, uma mulher que claramente está passando por momentos difíceis e Donny a serve, por conta casa. Depois disso, ela passa a ir lá todos os dias e os dois vão se conhecendo. Por mais que as histórias de Martha pareçam mentira, e Donny sabe, ele não encerra aquela relação que, mais tarde, se torna uma trama de perseguição e reviravoltas.
A série se transforma ao longo de seus poucos e curtos episódios. Pelo nome e premissa, tudo indica que teremos uma comédia, mas se transforma de forma radical em seu terceiro episódio. A comédia permanece aqui, mas ela se torna uma estratégia de lidar com o drama. E sabemos que muitas vezes essa é a realidade. Uma assustadora realidade.
Toda situação de abuso pode começar assim, com um momento de empatia. Um dia que você trabalhou no horário do almoço, um dia que foi legal com alguém que claramente não estava bem ou um dia que disse um sim, mas deveria ter dito não. E, ao final, vemos que talvez voltamos ao início. Donny volta a estar com aquele cara que abusou dele e, por isso, acaba em uma situação onde ele é a Martha, sentado num bar, sem ter como pagar e recebendo a gentileza de um barman que se identificou com ele.
“Bebê Rena” cresce, assim como muitos filmes de terror, pela frase “baseado em fatos reais”.