Crítica: Close
“Close” é um dos indicados para Melhor Filme Internacional no Oscar de 2023, mas apesar da mensagem há pontos que podem sim atrapalhar bastante.
Remí e Leo são amigos, frequentam a casa um do outro e estão sempre juntos. Melhores amigos, eles agora estão em uma nova escola e os alunos reparam e comentam sobre a união dos dois. Um detalhe que nunca foi um problema para Leo, essa aproximação começa a incomodar a medida que ele tem que se defender das acusações das outras crianças. Afinal, podem os dois garotos serem próximos a esse ponto “apenas” por serem amigos?
É interessante ver como algumas supostas regras são mundiais. Até mesmo citado no filme, se vemos duas meninas andando juntas, abraçadas, não ligamos diretamente isso ao fato de serem lésbicas. Agora, se há dois amigos que sequer se encostam, há motivos para questionamentos. E, dados os acontecimentos do filme, ver o desenrolar sendo que não vemos muito da perspectiva de um deles, torna a situação mais injusta. Afinal, e apesar de que mesmo se houvesse um interesse afetivo nada de errado estaria, sequer sabemos se realmente existia.
A passagem do tempo é confusa. Sabemos que é cerca de um ano, mas há momentos em que dias são minutos e meses são segundos. Isso, somado a uma limitação de figurino e cenários, fez eu me perder. A visão restrita acaba por tornar menos coerente o destino, pois faz parecer que apenas o afastamento dos amigos desencadeou tudo. A forma com que a escola trabalha também é questionável, mas infelizmente acho bem verosímil.
“Close” é triste e nos mostra como que pode ser cruel o momento em que nós começamos a nos preocupar com as supostas regras sociais, principalmente para aqueles que se mostram diferentes.