Crítica: Do Começo ao Fim
“Do Começo ao Fim” é um filme nacional que aborda o romance gay, mas para complementar o nível da polêmica, entre dois meio irmãos.
Francisco e Thomas são meio irmãos e o segundo seis anos mais novo. E, ao contrário do que a sinopse tenta apresentar, o romance entre eles é apresentado desde o início e de forma natural. Quando Francisco está no hospital, ele já conversa sobre livre-arbítrio e nas simples escolhas que fazemos. E ao longo da infância, os momentos dos dois parecem naturais e seus pensamentos já mostravam um entendimento sobre preconceito e aceitação, antes mesmo da descoberta da sexualidade. Relação essa que, apesar de polêmica e debatida entre os pais, é levada de forma bem menos conflituosa.
Porém, o filme erra ao pular a adolescência dos dois. Afinal, é justamente nessa fase que muitos desses questionamentos começam a surgir e até mesmo o debate interno ao entenderem a situação. Mesmo que, se na infância eles já estavam preparados para a “militância”, seria no mínimo um momento de definição do que se acreditava. Entretanto, é de se entender, pois com 7 anos de diferença entre eles, a polêmica maior de uma forma que o filme, nem ninguém, gostaria de demonstrar.
E todo o discurso da infância é o “Calcanhar de Aquiles” do filme. Principalmente quando, para justificar o discurso de que um deles tentou ser hétero, é extremamente problematizável, mesmo para a época de lançamento do filme. Não pareciam condizentes com a mentalidade dos dois e o ambiente familiar que cresceram. Essas justificativas e questionamentos serviram como uma tentativa de conflito em meio ao drama, que já era o suficiente.
“Do Começo ao Fim” peca na constante justificativa da escolha do amor entre os dois mesmo apresentando, ou tentando, uma naturalidade.
Simplesmente um lixo
Temos muitos filmes bons sem precisar desse tipo de apelação.