Crítica: Merlí
“Merlí” é uma série catalã que conta a história de um professor de filosofia que ajuda seus alunos no mesmo tempo que é ajudado por eles.
Em suas três temporadas, vemos a evolução de todos os personagens. Merlí é um professor de filosofia, desempregado e divorciado. Ao mesmo tempo que volta a morar com sua mãe, sua ex esposa está de partida para Roma e, por isso. seu filho Bruno irá morar com ele. Para sua sorte, ele consegue um emprego, mas para o azar de Bruno, é como professor em sua escola. Na escola, Merli chama atenção por ser diferente, próximo dos seus alunos e sincero no que diz e pensa. Como toda série que tem um elenco jovem bem grande, ainda mais em ambiente escolar, temas como descoberta, receio com futuro, cobranças externas e internas e relacionamentos são abordados.
Eu, sinceramente, acho triste o fato de ver que professores assim são exceção a regra. A proximidade entre professor e aluno é criminalizada por diversas instituições. Merlí mostra as principais razões, afinal, em muitos casos essa proximidade acaba por revelar diferentes tipos de violência. Violências que os pais não querem que descubram e que as escolas não se preocupam.
Mas não apenas os jovens, como também o elenco adulto lida com conflitos típicos. É impressionante ver como que podemos dar “enredos fracos”, mas mesmo eles são muito bem trabalhados. E é esse trabalho feito de forma paciente e delicado, que deixa o fim da série tão potente. Não só pelo acontecimento que move o último episódio, mas também como abordam o futuro dos personagens.
“Merlí“, como deveria ser, termina dando mais uma lição. Pois, entre os alunos, temos aqueles que conseguiram viver seus sonhos, outros que não, outros que mudaram seu caminho e a vida é assim mesmo.