Missão: Impossível – Acerto de Contas
“Missão: Impossível – Acerto de Contas” é um grandioso “final” para a saga de Ethan Hunt, mas também revela sinais de cansaço. O filme entrega o que os fãs esperam: ação intensa, missões aparentemente impossíveis e Tom Cruise sendo o herói incansável que já conhecemos. Faltou apenas ir ao espaço.
No entanto, a longa duração — 2h50 — pesa. O excesso de diálogos rasos e clichês ocupa boa parte do tempo e compromete o ritmo. Cerca de 75% do filme é tomado por conversas que pouco acrescentam, deixando apenas os pontos-chave como momentos realmente interessantes. Além disso, a inclusão de muitos personagens novos parece gratuita, como se servisse apenas para inflar o elenco, sem desenvolver nenhum deles de forma relevante.
Apesar disso, o longa funciona como uma carta de amor à franquia. O diretor revisita momentos marcantes dos filmes anteriores por meio de flashbacks e resgata personagens importantes, encerrando arcos e oferecendo uma dose de nostalgia bem-vinda.
O vilão principal é uma inteligência artificial chamada “A Entidade”, já apresentada no filme anterior. Ela seria uma ameaça convincente sozinha, mas divide o protagonismo da vilania com Gabriel, um personagem que, com o tempo, se torna exagerado e quase cartunesco — o que quebra parte da imersão.
Mesmo com esses tropeços, o filme atinge o ápice da franquia em duas cenas grandiosas: uma envolvendo um submarino, outra com dois monomotores. Nessas sequências, a tensão é levada ao limite, oferecendo exatamente o que o público espera de “Missão: Impossível”. Apesar de seus excessos, “Missão: Impossível – Acerto de Contas” é uma experiência visual poderosa, especialmente em IMAX, e um acerto emocional para os fãs da saga.
Texto por Filipe Machado