Crítica: O Pior Vizinho do Mundo
“O Pior Vizinho do Mundo“, da Sony, pode soar como uma comédia pelo título mas é um drama bem pesado sobre envelhecer.
Conhecemos Otto no momento de sua aposentadoria que, claramente, foi forçada. Aos poucos suas funções na empresa foram sendo cortadas, não aparenta ter filhos, mora sozinho e perdeu sua esposa recentemente. Infelizmente, tudo isso faz com que seu desejo é de se unir com sua amada, planejando seu suicídio. Contudo, quanto mais tenta, obstáculos vão surgindo e atrapalhando seus planos. Quanto mais “prolonga” sua estadia na Terra, vamos conhecendo seu passado e ele outras razões que podem ajudar a decidir ficar vivo.
Um detalhe do filme é o título. No original, nada remete ao escolhido. No Brasil, é passado o tom de uma comédia, por um vizinho que é um clichê do velho rabugento, e sinceramente, mesmo tentando passar essa ideia, isso não se aplica aqui. Otto é sim regrado, bastante metódico, nem um pouco popular, mas vemos que ele ainda é querido. O “velho rabugento” é detestado pela vizinhança, e Otto pode ser um chato, mas ainda é querido.
É um drama sobre perda, envelhecer e renovação. Ao longo da vida pessoas entram e saem, sejam de forma momentânea ou definitiva, e aqui vemos a importância desse ciclo. Aos poucos vamos notando que Otto se sentia sozinho, apesar de não ser. Sua esposa era o motivo dele, mas ela também era a luz de outros, sejam amigos ou alunos. A maior questão do filme é você compreender que o final é feliz, mesmo sendo da forma que é.
“O Pior Vizinho do Mundo” pode te atrair aos cinemas na expectativa das risadas, mas já leve o lenço pois serão poucas risadas, grandes reflexões e muitas lágrimas.