Crítica: Sobreviventes – Depois do Terremoto
“Sobreviventes – Depois do Terremoto” é um filme coreano que me surpreendeu positivamente pela forma que mostra como podemos ser.
Na cidade de Seul, após um terremoto, há apenas um conjunto de apartamentos de pé. Sem saber quando terão ajuda ou até onde se estende as ruínas, tal conjunto se torna o único abrigo para muitos. A solidariedade do início, aos poucos, se torna uma briga pela sobrevivência em que os proprietários se sentem mais no direito de estarem lá, até o ponto em que expulsam os vizinhos. Com o tempo, vão se organizando e construindo uma sociedade entre eles que acaba por replicar o tempo antes do terremoto.
O filme acaba por focar mais em três personagens. O casal protagonista e aquele que acaba por se tornar o líder dos moradores. A forma com que o filme vai evoluindo é o que torna ele interessante. Afinal, vemos sim um povo disposto a ajudar que, com a dificuldade pela falta de socorro, começa a tomar decisões difíceis para sobreviverem. Acontece que o debate que fica é: quando perdemos nossa humanidade?
A primeira lei, defendida ao extremo, é de que apenas os donos dos apartamentos passam a ter o direito de estar lá. Com isso, os demais são expulsos e deixados a própria sorte. Inclusive um trabalhador que, por 20 anos, ficou naquele lugar. Mas, até mesmo o Delegado se revela uma pessoa de fora, alguém que tomou posse do apartamento após matar o dono. Quando devemos passar a dar as costas para os outros? Quando matar se torna justificado? E, principalmente, a regra vale mais para os outros, mas para mim, “eu posso, sou diferente, faço mais, sou melhor”.
“Sobreviventes – Depois do Terremoto” é cansativo, mas reflexivo.