Crítica: Um Lugar Bem Longe Daqui
“Um Lugar Bem Longe Daqui” é uma adaptação da Sony de um livro de mesmo nome, que conta a história de uma garota reclusa, acusada de um crime.
Kya é conhecida em sua cidade como “a garota do pântano”. Isso acontece porque vive reclusa, sozinha e 99% dos demais não sabem os motivos, preferindo inventar histórias. Contudo, a garota ignorada se torna o assunto mais comentado quando um garoto morre em situações suspeitas. Pelo local, não encontrar um culpado e um suposto relacionamento até os depoimentos, Kya se torna suspeita. Assim, enquanto estamos acompanhando o julgamento, conhecemos a ré, seu passado, sonhos e destaques.
Em questão de momento, talvez esse é o melhor para o filme. A trama da garota isolada, tratada como selvagem enquanto tem sua vida é bem semelhante com a novela “Pantanal”. Inclusive, as cenas onde a natureza é o destaque, com a água, a mata e os pássaros são magníficas de perfeitas.
Dito isso, a forma que o filme é construído, com o julgamento como a desculpa para apresentar a personagem, é fraca. Se você tem a mínima noção de direito, percebe que tudo vindo da acusação é extremamente fraco. Não há um momento que você se pega pensando “e se ela for considerada culpada?”. Além disso, o final tem uma decisão difícil. Agradar os fãs adaptando o livro ou deixar em aberto todo o processo, fazendo o expectador pensar “será que ela matou mesmo?”. Até porque, vivemos em um momento que teorias impulsionam produções, cada mídia é única, e imagino que o filme poderia sim ganhar mais atenção caso a pergunta não fosse totalmente respondida.
“Um Lugar Bem Longe Daqui” tem o tempo como maior inimigo, afinal são mais de duas horas de duração.