Crítica: Orion e o Escuro
“Orion e o Escuro” é uma animação da Netflix que tem um início promissor e, por mais que tenha sentido, se perde em si mesmo.
Orion é um menino tímido, pequeno e magrinho. Por conta de sua insegurança, ele coleciona uma série de medos. Contudo, um dia ele é visitado pelo Escuro, um de seus medos que ele descobre ser uma entidade primordial do planeta. Os dois saem em uma viagem para que Escuro mostre a Orion que ele não precisa ter medo, conhecendo até outras entidades que surgem com a noite, como os sonhos. Entretanto, logo vemos que essa trama é a história que um Orion adulto está contando para sua filha, que tem esse medo do escuro.
Se no início você se apaixona pelo personagem, se identifica com ele por algum de seus medos e compra a fantasia. Ter a surpresa de ser uma história dentro da história é algo que chama bastante a atenção. Até porque, a partir daqui, se torna uma construção conjunta entre pai e filha que, ao final, até toma um papel mais participativo nessa aventura fantasiosa.
É totalmente compreensível o fato de que os acontecimentos são maleáveis. Eles regem as conversas de Orion e sua filha e a fantasia é isso, uma fantasia. Contudo, a escolha é arriscada. Por mais que esses elementos surjam, a própria construção de mundo se perde quando o que está estabelecido, na verdade não está. Tanto que, do meio para o final, tudo fica confuso. E o público percebeu isso, ainda mais com o surgimento da máquina do tempo.
“Orion e o Escuro” ganha pontos pela criatividade e pela hereditariedade. A história que começa com o pai, é passada para filha e ela a conta para o neto, que a completa, é bem fofa.