Crítica: Lulli
“Lulli” é um filme nacional da Netflix que traz Larissa Manoela interpretando uma médica. Esta adquire o poder de ler mentes quando toca nas pessoas.
Lulli é uma jovem médica que inicia sua carreira atendendo em um hospital junto de seus colegas. Dentre eles temos Diego, seu atual/ex namorado? Entretanto, seu talento para a área é igualmente proporcional a falta de atenção que tem com as pessoas a sua volta. Porém, tudo muda quando, em um acidente, ela passa a ler a mente das pessoas. Agora, como uma pessoa altruísta, usa seus dons para benefício próprio.
Como um todo, o filme é no máximo aceitável. A trama clichê de comédia romântica rebaixa os temas que poderiam trazer uma carga dramática interessante. Por exemplo, um dos amigos dela é Júlio, um rapaz que é atleta e vive sob a pressão de se assumir gay por medo do ambiente homofóbico. Diego também tem uma relação conturbada com seu pai, um médico bastante famoso. Assim, Diego recebe a reprovação do pai quando escolhe atuar em um hospital público, sem reconhecimento, equipamentos e sem o retorno financeiro desejado. Ou seja, desperdiça a oportunidade de falar sobre a saúde pública, sexualidade, insegurança e a proposta de “o que pensam sobre mim”.
Visto em um aspecto amplo, tudo no filme parece secundário. A trama principal se perde tanto que desaparece. Um vai e vem de histórias paralelas que se não fosse a mudança drástica, nem lembraríamos que existiam.
“Lulli” não é um filme ruim, ao ponto de criticar praticamente todo aspecto dele. Entretanto, não cativa e leva do nada até lugar nenhum. É com produções assim que vemos o lado negativo de uma produção em massa de material, que perde ao abrir mão da qualidade pela quantidade.