Crítica: O Senhor do Caos
“O Senhor do Caos” é um terror que acaba se apegando muito a linha do “mistério” e pouco ao medo. Promete muito e entrega pouco.
Em um vilarejo do interior temos uma reverenda, Rebeca, que lidera a igreja local. Igreja essa que prega o cristianismo e, apesar da comunidade local ter suas próprias crenças, tudo parece coexistir bem. Isso muda um pouco quando em uma cerimônia local, sua filha é escolhida para viver um personagem que é salva pelo Senhor do Caos de uma entidade que acreditam vagar pelos campos. Entretanto, em meio a tradicional festa, a garota desaparece e vamos percebendo que os moradores são mais loucos e a entidade, de fato, existe.
Há uma crescente em filmes de terror que abordam cultos religiosos em cidades pequenas. Cultos que, por sua vez, acabam por atrair pessoas externas e eventualmente convertê-las. O que incomoda nesse filme é ele ser previsível e se perder em um mistério quase inexistente e um terror fraco, onde nem mesmo a loucura dos moradores pode ser considerada “esquisita”.
Os personagens são bons e bem trabalhados pelos atores, mas não o suficiente para carregar a trama. O destaque mais positivo está em Rebecca que, de uma maneira mais interessante da apresentada, se mantinha forte em sua fé. Ao final, pelo menos, o conflito entre a entidade e o Deus cristão podia ser o divisor de águas. Afinal, se tem algo que é bem pregado é o fato de que enquanto você não negar a Ele, Ele está do seu lado.
“O Senhor do Caos” não entrega o mistério, pois todos fazem e explicam tudo em tela. E no terror também não entrega, pela falta dos sustos e até uma presença maior do monstro.